Roazes do Sado

Se veio até aqui é porque concerteza já ouviu falar ou inclusivé já observou os golfinhos que habitam no Estuário do Sado, mas o que sabe realmente sobre eles? Leia um pouco sobre quem são estes fantásticos animais e o que fazem eles na região de Setúbal! 

Nome – Roazes Corvineiros 
A origem deste nome provém das atitudes e hábitos de alimentação destes golfinhos. Roazes porque têm o hábito de roer as redes dos pescadores para roubar lhes peixe e corvineiros por causa da sua principal presa – a corvina.  

Alimentação  
A alimentação do roaz corvineiro baseia-se numa grande variedade de peixes (carapaus, sardinhas, tainhas, anchovas, etç), cefalópodes (choco e lulas) e alguns crustáceos. A sua estratégia de alimentação varia de habitat para habitat, sendo adaptável em função da disponibilidade das presas. 

No entanto, uma coisa é certa, apresentam dois modus operandi para se alimentarem: ou cooperam com os pescadores ao identificar e cercar os cardumes ou os perseguem em grupo.  

Comportamento 
É uma espécie muito sociável e geralmente vivem em grupos, maiores nas águas oceânicas (1-25 indivíduos) e menores nas águas costeiras (1-10 indivíduos). O roaz é um nadador vigoroso, ágil e rápido que mostra a testa quando emerge à superfície da água e muito raramente o bico. Esta espécie é muito ativa no que diz respeito a saltos acrobáticos, batimentos de cauda e emissão de sons.  

Taxonomia  
Comprimento:  2-4 m (adulto)  ou 0,9-1,3 m (recém-nascido) 
Peso: 150-600 Kg (adulto)  ou 25-30 Kg (recém-nascido) 

(ClasseMammalia ; Ordem: Cetacea ; Família: Delphinidae ; GeneroTursiops  ; Espécie: Tursiops truncatus) 

Zona mais frequentadas do Estuário 
Durante os meses mais frios de inverno, os roazes são observados principalmente nos baixios do Cambalhão, no canal de entrada do estuário e ao longo da costa da Arrábida. 

Ao chegar a primavera, começam a fazer incursões progressivamente maiores no interior do estuário, chegando mesmo a ser observados junto da Lisnave. Nesta altura do ano muitas espécies de peixes entram no estuário para se reproduzirem e os roazes são atraídos pela grande disponibilidade de presas para as zonas mais interiores. 

No verão, podem ser observados quer no estuário (sobretudo no canal Sul), quer na zona marinha adjacente onde demonstram comportamentos de socialização (saltos e golpes de cabeça), relacionados com o período de acasalamento e reprodução. 

Zonas de presença do Roaz Corvineiro no Estuário do Sado

Distribuição da População Nacional 
Podemos encontrar populações de roazes corvineiros ao longo de toda a costa portuguesa e também nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, no entanto, a população que merece destaque pela sua permanência continuada numa região são os golfinhos que residem no Estuário do Sado desde a década de 80. Recentemente, foi também identificada uma população ao largo do arquipélago dos Açores.  

Fragilidade da população 
Uma das razões para o declínio observado na população de roazes do Sado deve-se à baixa sobrevivência dos juvenis, com uma taxa de mortalidade da ordem de 13% (Gaspar 2004). 

O envelhecimento dos animais pode ter consequências na taxa de reprodução, uma vez que esta tende a diminuir com a idade, originando assim um decréscimo no número de nascimentos, e colocando em risco a viabilidade de toda a população. 

Observação dos Golfinhos 
A observação de golfinhos pode ser feita, quer a partir de uma localização fixa em terra (de um ponto alto), quer a partir do ar (com recurso a aviões/helicópteros), quer debaixo de água (plataformas com visão submarina), ou da forma mais habitual e prática, através de embarcações, que localizam e seguem os animais à superfície da água ao longo do Estuário. 

A observação de roazes através de embarcações deve respeitar um código de conduta, evitando cruzar as rotas de deslocação dos animais, aproximações a menos de 30 m e a sua perseguição. 

Observação dos Roazes residentes no Estuário do Sado


Para saberes mais sobre estudos feitos à população de golfinhos do Estuário, os nomes de cada um deles ou sobre o código de conduta consulta já a página do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas →  http://www2.icnf.pt/portal/pn/biodiversidade/gestao-biodiv/roazes-do-sado

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